Resumo da Dissertação de Mestrado:
O presente trabalho enfoca o cinema como forma híbrida de representação, resultante da junção de três linguagens indissociáveis, mescladas, mas distintas: a sonora, a visual e a verbal. Busca-se compreender o entrosamento dessas linguagens na construção sígnica das obras cinematográficas, notadamente no caso específico do cinema de Hitchcock. Trata-se também de assinalar a profunda revolução sígnica determinada pelo advento das imagens em movimento, no final do século XIX, vendo no hibridismo do discurso cinematográfico uma culminância das estéticas oitocentistas fragmentárias, notadamente a baudelairiana, tal como é armada pela atenção flutuante do poeta – flâneur, em seu sonho de modernidade.
Tomamos como referência teórica principal a Semiótica de Charles Sanders Peirce (1839-1914), que dá base para se refletir sobre a epistemologia do cinema objetivando, com isso, o desenvolvimento da análise da construção sígnica dos filmes, que no fim, constituiria em entender a linguagem híbrida pelo qual o cinema é composto.
Marcadamente pautado pelas misturas e justaposições de fragmentos, o signo cinematográfico tem sua gênese delineada por uma poética do movimento, por uma poética de inter-relações e intercâmbios entre as linguagens, que dialoga com o ambiente metropolitano no fim do século XIX. Com o objetivo de se compreender essa estética e essa lógica, encontrada tanto no cinema quanto na metrópole, é que se buscou as reflexões do filósofo alemão Walter Benjamin sobre o flâneur e a experiência fenomenológica do fragmento, e a poesia de Charles Baudelaire, a flânerie e seu sonho moderno de fluência em meio a multidão, em sua entrega aos fenômenos fugidios, entrecortados e abruptos do choque.
No primeiro capítulo, discute-se em que medida o desenvolvimento do cinema está atrelado ao ambiente moderno da metrópole. Neste caminho de reflexão sobre a gênese sígnica do cinema, torna-se necessário investigar e questionar a natureza fenomenológica de sua linguagem híbrida.
No segundo capítulo, observa-se a construção do signo híbrido cinematográfico, esclarecendo a tríade que o fundamenta: a sintaxe, a forma e o discurso.
O terceiro capítulo analisa o filme Um corpo que cai de Alfred Hitchcock, mostrando como, através da tessitura das linguagens visual, sonora e verbal, este diretor confecciona com mão de mestre, o suspense.
Na conclusão, além de retomar o todo anterior, o trabalho aponta novos caminhos para se entender a linguagem do cinema, abrindo um novo leque de questionamentos e hipóteses, aprofundando o tema e traçando os horizontes para a continuidade da pesquisa.
Palavras-chaves: Comunicação, Cinema, Semiótica, Hitchcock.
Publicado na Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação: www.bocc.ubi.pt
O presente trabalho enfoca o cinema como forma híbrida de representação, resultante da junção de três linguagens indissociáveis, mescladas, mas distintas: a sonora, a visual e a verbal. Busca-se compreender o entrosamento dessas linguagens na construção sígnica das obras cinematográficas, notadamente no caso específico do cinema de Hitchcock. Trata-se também de assinalar a profunda revolução sígnica determinada pelo advento das imagens em movimento, no final do século XIX, vendo no hibridismo do discurso cinematográfico uma culminância das estéticas oitocentistas fragmentárias, notadamente a baudelairiana, tal como é armada pela atenção flutuante do poeta – flâneur, em seu sonho de modernidade.
Tomamos como referência teórica principal a Semiótica de Charles Sanders Peirce (1839-1914), que dá base para se refletir sobre a epistemologia do cinema objetivando, com isso, o desenvolvimento da análise da construção sígnica dos filmes, que no fim, constituiria em entender a linguagem híbrida pelo qual o cinema é composto.
Marcadamente pautado pelas misturas e justaposições de fragmentos, o signo cinematográfico tem sua gênese delineada por uma poética do movimento, por uma poética de inter-relações e intercâmbios entre as linguagens, que dialoga com o ambiente metropolitano no fim do século XIX. Com o objetivo de se compreender essa estética e essa lógica, encontrada tanto no cinema quanto na metrópole, é que se buscou as reflexões do filósofo alemão Walter Benjamin sobre o flâneur e a experiência fenomenológica do fragmento, e a poesia de Charles Baudelaire, a flânerie e seu sonho moderno de fluência em meio a multidão, em sua entrega aos fenômenos fugidios, entrecortados e abruptos do choque.
No primeiro capítulo, discute-se em que medida o desenvolvimento do cinema está atrelado ao ambiente moderno da metrópole. Neste caminho de reflexão sobre a gênese sígnica do cinema, torna-se necessário investigar e questionar a natureza fenomenológica de sua linguagem híbrida.
No segundo capítulo, observa-se a construção do signo híbrido cinematográfico, esclarecendo a tríade que o fundamenta: a sintaxe, a forma e o discurso.
O terceiro capítulo analisa o filme Um corpo que cai de Alfred Hitchcock, mostrando como, através da tessitura das linguagens visual, sonora e verbal, este diretor confecciona com mão de mestre, o suspense.
Na conclusão, além de retomar o todo anterior, o trabalho aponta novos caminhos para se entender a linguagem do cinema, abrindo um novo leque de questionamentos e hipóteses, aprofundando o tema e traçando os horizontes para a continuidade da pesquisa.
Palavras-chaves: Comunicação, Cinema, Semiótica, Hitchcock.
Publicado na Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação: www.bocc.ubi.pt
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